Introdução
Após o Facebook alterar seu nome para Meta, surpreendendo o mercado e os admiradores da rede social, um grande movimento se iniciou em várias plataformas para acompanhar o que isso poderá se tornar no futuro. O foco da Meta é desenvolver os hardwares e os softwares necessários para criar e experimentar mundos virtuais, ou como vem sendo chamado, o metaverso.
Gigantes da tecnologia perceberam a oportunidade que o metaverso representa atualmente e deram passos para desenvolver produtos e ferramentas para que fizessem parte desta revolução, criando um ecossistema que está em constante evolução. O que nos traz alguns questionamentos: Como será a visualização de dados dentro do metaverso? Quais ferramentas poderemos usar para apresentar esses dados? Como será a interação com essa visualização de dados? Bom, não temos respostas para todas as perguntas que vão surgir, mas podemos acompanhar o que o mercado tem feito à respeito desta inovação.
Mas afinal, o que é o metaverso?
Segundo Johnatan Castro, Editor de Conteúdo do Dicionário Financeiro do Nubank, o metaverso é uma:
"[...] expressão usada para denominar um espaço virtual compartilhado, em que as pessoas poderão acessar usando óculos especiais e outros equipamentos."
O termo surgiu em 1992, no livro de ficção científica "Snow Crash", do escritor Neal Stephenson. O protagonista da estória, Hiro, era um entregar do pizza na vida real, enquanto no mundo virtual ele era um hacker samurai. O autor denomina essa realidade digital de metaverso. O termo apareceu em outras obras e filmes com o passar do tempo.
Hoje o ecossistema conta vários representantes, alguns mais conhecidos que outros, como mostra o diagrama abaixo:
E para a visualização dos dados, quais são as expectativas?
As possibilidades são infinitas, mas ainda há um grande caminho a ser percorrido. As ferramentas atuais precisam ser adaptadas para o metaverso, o que leva tempo e demanda altos investimentos. Mas já há exemplos disponíveis destacando como as visualizações de dados de realidade virtual são superiores às visualizações de dados bidimensionais padrões que usamos hoje. Gosto muito do trabalho do Mike Schnettler e vou usar o protótipo que ele desenvolveu para ilustrar essa questão.
Nesta captura de tela do protótipo do Mike é possível visualizar a regressão linear com três variáveis independentes em realidade virtual. Incrível, não é? Enquanto as técnicas tradicionais de visualização de dados estão limitadas a um plano XY, os dados visualizados em realidade virtual podem alavancar a dimensão Z. Os dados são complicados; nem tudo pode ser descrito bidimensionalmente. Enquanto muitos cientistas de dados trabalham com conjuntos de dados que têm centenas de variáveis para escolher, os cientistas de dados normalmente usam técnicas de redução de dimensionalidade, como Análise de Componentes Principais, para entender mais facilmente as correlações dimensionais mais altas. A realidade virtual fornece uma técnica com a qual um cientista de dados pode visualizar um componente principal adicional no eixo Z, o que faria uma enorme diferença na tentativa de compreender visualmente as correlações dimensionais mais altas.
Alex, e a interação com essas visualizações, como fica?
Imagine que você está em uma reunião virtual com sua equipe, em uma sala no metaverso. E estão discutindo as estratégias para melhorar o desempenho das vendas do seu produto. Um de vocês abre um gráfico 3D e juntos verificam que em determinado mês houve queda nas vendas. À partir disso, vocês interagem com essa queda no gráfico e obtém todas as informações à respeito, o que causou essa queda e como podem evitá-la no futuro. Essa interação pode se dar através do seu avatar, que seguirá seus comandos, ou ainda assim através de algum dispositivo ou interface para imersão no ambiente virtual.
Para exemplificar ainda mais, já ouviram falar do Microsoft Mesh? Olha que legal o que a Microsoft tem desenvolvido. As perspectivas e as possibilidades são infinitas:
A inovação proposta pelo metaverso significa que o mundo virtual e físico estarão mais integrados. O impacto será não só no nosso trabalho, mas também na educação, na forma como consumiremos conteúdo, no entretenimento e na economia. As possibilidades serão infinitas e mais uma vez o que vem a minha memória é a incrível frase de Alvin Toffler:
"o analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender."
Fontes de pesquisa:
BRITO, Sabrina. O metaverso chega ao Brasil. Fevereiro, 2022. Disponível em: Revista Abril. Acesso em: 19 fev. 2022.
BRISKLOGIC. An exploration into the possibilities of the metaverse. Fevereiro, 2022. Disponível em: Brisklogic. Acesso em: 19 fev. 2022.
CASTRO, Johnatan. Metaverso: o que é esse novo mundo virtual? Janeiro, 2022. Disponível em: Nubank. Acesso em: 12 fev. 2022.
SCHNETTLER, Mike. How The Metaverse Will Advance Data Visualization Techniques. Novembro, 2021. Disponível em: Medium. Acesso em: 12 fev. 2022.